Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa

Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa
Nascimento 1788
Rio de Janeiro
Morte 17 de março de 1865
Piratini
Cidadania Brasil
Ocupação sacerdote, político
Religião Igreja Católica
[edite no Wikidata]

Padre Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa (Rio de Janeiro, 1788 — Piratini, 17 de março de 1865) foi um sacerdote católico brasileiro, do período da Revolução Farroupilha.

Biografia

Descendente de casais Del Rey que povoaram Rio Pardo, nasceu em 1788 Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa, filho de Antônio Martins da Silveira Lemos, natural do Rio de Janeiro, e de sua mulher, Dorotéia Felícia Sousa, natural de Santo Amaro.[1] Era neto paterno de Manuel Martins, natural de Braga, e de sua mulher Helena Maria, natural do Faial, Açores. Pela parte materna era neto de André Jacinto Pereira e sua mulher Felícia do Sacramento, ambos naturais de S. Pedro e casais Del Rey, povoadores do Rio Pardo.

Francisco das Chagas não era irmão de Davi José Martins, que posteriormente veio a denominar-se Davi Canabarro, como alguns erradamente acreditavam, e sim de Manuel Martins da Silveira Lemos, que foi diretor do Tesouro da República Rio-Grandense. Foi notável como republicano, tendo sido deputado eleito para a 1ª Legislatura da Assembléia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul e teve importante atuação na Revolução Farroupilha. Representou Rio Pardo no Conselho de Procuradores Gerais dos Municípios e foi deputado à Constituinte Republicana dos revolucionários de 1835.[1] Foi o Vigário Apostólico da Igreja Católica, na República de Piratini.

Durante a revolução, os farroupilhas decidiram separar-se da corte completamente, ocasião em que o padre Francisco das Chagas foi nomeado Vigário Apostólico, negando obediência ao bispo do Rio de Janeiro, criando um cisma na igreja católica no Rio Grande do Sul. Após o fim da revolução, o padre Fidêncio José Ortiz foi encarregado pelo bispo do Rio a rever todos os atos e documentos sancionados pelo padre Chagas, considerados ilegais.[2]

Em 1 de dezembro de 1842 instala-se em Alegrete a Assembléia Geral Legislativa, que elaboraria a nova constituição republicana, e nela tomou assento o Vigário Apostólico Francisco da Chagas, como deputado mais votado dos 36, obtendo 3 025 votos. Por esse motivo, presidiu a sessão inaugural da Assembléia.[1] Nada nos conservaram os documentos históricos a cerca dos estudos eclesiásticos e cargos sacerdotais do Padre Chagas, como era apelidado abreviadamente. A data mais remota da sua atividade remonta a 1831, quando o padre já contava com 43 anos.[1]

Foi eleito deputado provincial na 3ª Legislatura da Assembleia do Rio Grande do Sul, em 1848.[3]

Aquiles Porto Alegre, tendo conhecido o padre Francisco das Chagas em 1860, quando já contava com 72 anos, descreve-lhe o porte exterior desta forma: Era alto, magro, com pele encarquilhada e amarelenta como uma múmia. Tinha, entretanto, no rosto, uma expressão de infinita bondade.

Não deve ser confundido com o padre revolucionário e republicano radical José Antônio Caldas, que também participou da Revolução Farroupilha.

Referências

  1. a b c d «Padre Francisco Chagas Martins Avila Souza». web.archive.org. 1 de junho de 2008. Consultado em 20 de março de 2022 
  2. TORRES, Euclides, Padre, deputado e fazendeiro, Gazeta de Caçapava
  3. FRANCO, Sérgio da Costa. A Assembléia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul (1835-1889). Porto Alegre, CORAG, 2004.

Ligações externas

  • Diocese de Caxias do Sul