Mossínecos

Mapa de Abraham Ortelius de 1624 mostrando a localização dos mossínecos

Os mossínecos foram um povo da antiguidade, habitantes de uma zona montanhosa ao norte da Anatólia na região entre a vertente norte da corrente do Ponto e as cidades de Trebizonda e Giresun.

Características e costumes

Eram peculiares pois viviam sobre árvores ou em altas torres de madeira chamadas mosinas, daí a origem do nome.[1] A mosina mais alta estava ocupada por seu rei. Apolónio de Rodes indica que se o rei se equivocava ao emitir algum julgamento, este era mantido encarcerado e desprovido de alimento naquele dia. Apolônio e Xenofonte também assinalam que seus costumes eram muito diferentes às dos gregos já que o que os gregos realizavam publicamente, eles o realizavam dentro de suas casas ou só, falavam consigo mesmos, riam sozinhos e dançavam como se alguém os visse.[2] Viviam da caça e seu principal alimento eram as castanhas, que eles cozinhavam como pães. Também tinham trigo, colocavam fatias de golfinhos salgados, empregavam a sua gordura e além disso, faziam um vinho doce e aromático. Marcavam seus corpos com tatuagens. Eram de pele branca. Relata-se que, às vezes, eles assaltavam os estranhos pulando sobre eles a partir suas torres.[3]

História

Apolónio de Rodes diz que em seu território, assim como o dos tibarenos, passaram os Argonautas em sua viagem a Cólquida em busca do Velo de ouro.[4]

Heródoto os cita entre os povos tributários dos persas. Eles pertenciam a uma demarcação tributária compartilhada com os moscos, macronos, mares e tibarenos que traziam trezentos talentos.[5] Faziam parte da expedição que Xerxes I realizou em 480 a.C. contra a Grécia. Os mossínecos e os macronos estavam sob o comando de Artaictes nesta expedição. Foi dito que eles estavam armados, com os moscos, com capacetes de madeira, escudos e lanças com pontas de ferro curtas.[6]

No 401 a.C., os mossínecos dividiram-se em duas facções que lutavam tendo o objetivo de ocupar a parte mais alta do país. Uma destas facções de mossínecos aliou-se com os gregos da Expedição dos Dez Mil para derrotar o outro. Nesta acção bélica foram com trezentas barcas feitas a cada uma de um sozinho tronco. Estavam armados com escudos de vime recobertos com peles de boi, lanças de seis cotovelos que tinham uma bola de madeira detrás e machados de ferro. Vestiam túnicas curtas e capacetes de couro semelhantes a dos paflagônios com um penacho no meio.[7] Naquela época os cálibes eram súditos dos mossínecos.[8]

Referências

  1. Apolônio de Rodes II,379; Dionisio de Halicarnaso I,26.
  2. Apolônio de Rodes II,1019; Xenofonte, Anábase V,4,34.
  3. Estrabão XII,3,18; Xenofonte V,4,27; Plínio, o Velho VI,11.
  4. Apolônio de Rodes II, 1018.
  5. Heródoto, Histórias, Livro III, Tália, 94 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  6. Heródoto, Histórias, Livro VII, Polímnia, 78 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  7. Xenofonte, Anábase V,4.
  8. Xenofonte, Anábase V,5,1.

Bibliografia

  • Rhodius., Apollonius, (1971). The voyage of Argo : the Argonautica 2nd ed. Harmondsworth, Middlesex: Penguin Books. ISBN 0140440852. OCLC 2621790 
  • Halicarnassus., Dionysius, of; -1767,, Spelman, Edward, (1937–1950). The Roman antiquities of Dionysius of Halicarnassus. Cambridge, Mass.: Harvard University Press. ISBN 0674993527. OCLC 311063 
  • Xenophon,, Edwards, G. M. (Gerald Maclean),. The Anabasis of Xenophon. Book IV. Cambridge: [s.n.] ISBN 9781107600218. OCLC 823866981 
  • Secundus, Gaius Plinius (77 a.C.). Naturalis Historia. [S.l.: s.n.] 
  • Estrabão, Geografia, Livro XII, Capítulo 3, 18 [fr] [en] [en] [en]